Logitech MX Vertical, um mouse vertical. Por que não?

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O mouse Logitech MX Vertical tem um design com um formato que obriga o usuário a “dar um aperto de mão” no dispositivo.

O Logitech MX Vertical, que eu estou testando agora, tem um design com um formato que obriga o usuário a “dar um aperto de mão” no mouse.

 

Historicamente, existem muitas palavras derivadas da informática, que nunca tiveram uma tradução apropriada. Logo no início da microinformática os nomes das teclas suscitaram anglicismos, que acabaram ficando como neologismos.

E quando se trata de “mouse” (literalmente, “camundongo”), nossos confrades portugueses o chamaram de “rato”, que, convenhamos, não é o caso. Da mesma forma, eles tacharam o hard disk como “disco duro”, mas, neste caso, nós aqui traduzimos certo, chamando-o de “disco rígido”, que é o termo correto.

Nós nunca, até onde eu sei, traduzimos “mouse”, invenção do visionário da interface gráfica Doug Engelbart, que alegou chamar o dispositivo daquela maneira, porque alguém do seu laboratório o havia chamado assim, e acabou ficando de forma permanente. Nem ele Doug se lembra quem foi, mas isso importa?

O problema é que este anglicismo “mouse”, no plural da palavra original, deveria ser chamado de “mice”, mas uma vez em português, o plural passou a ser “mouses”!

Questão de hábito

Eu estou passando por uma experiência muito recente, a qual eu já devia ter passado tempos atrás: que é deixar de usar um mouse convencional para usar um mouse vertical:

A mudança foi, e ainda está sendo, radical. Ela se refere à maneira como se pega o roedor com a mão. No mouse convencional, o design sugere que a mão cubra a sua extensão superior, como se o usuário pegasse uma laranja ou fruta similar por cima. Assim, os dedos cobrem os interruptores esquerdo e direito e mais a roda de rolagem ou qualquer outro botão disponível na mesma área.

O Logitech MX Anywhere, o mais recente mouse convencional que eu usei, é de alta qualidade, mas mantendo os comandos na forma de sempre.

O Logitech MX Vertical, que eu estou testando agora, tem um design com um formato que obriga o usuário a “dar um aperto de mão” no mouse. Para conseguir isso, seus projetistas construíram o mouse com uma angulação de 57°, o suficiente para permitir que a mão possa dar aquele aperto de mão sugerido. Com este aperto, mudam as posições dos dedos, com relação aos comandos de cima. Só isso já basta para que o usuário se confunda todo, precisando de um certo tempo para se acostumar com a nova posição da mão.

Ao usar um mouse comum tantos anos, é natural que o usuário desenvolvesse um arco reflexo, na forma de apertar botões ou de movimentar o mouse. Passando para o mouse vertical, este hábito precisa ser esquecido, e isso leva tempo! E mais: quando a mão abraça o mouse vertical, o braço não deve mais se apoiar na mesa, porque isso dificulta o movimento de arraste do dispositivo.

A essa altura o leitor já deve ter notado que o mouse vertical só serve para o usuário dextro. Além disso, o tamanho da mão tem enorme influência na forma de agarrar o mouse. A Logitech sugere que o usuário faça uma medida da mão, antes de comprar o mouse Vertical, usando para tal cartões de crédito ou similares:

O fabricante tem o modelo alternativo Lift Vertical, para quem não tiver uma mão de tamanho médio ou grande:

O princípio de funcionamento dos dois mouses (anglicismo) é o mesmo. Notem que, apesar do tamanho, o modelo Vertical não parece tão pesado assim. Na minha balança digital da cozinha ele pesou 126 g.

O porquê das mudanças

A Logitech argumenta que desenvolveu o mouse vertical, e aqui imagino que as concorrentes tenham feito o mesmo, para aumentar a ergonomia de uso, impedindo que o usuário torça os punhos, da mesma forma que como se faz no uso do mouse convencional.

Para desenvolver este tipo de ergonomia foram colocados sensores, desde o antebraço até à mão, de modo a medir o esforço de movimento com o mouse a ser desenvolvido:

O design final faz o usuário apertar de mão o mouse vertical, podendo os dedos da mão comandar os botões laterais e a roda de rolamento com dois (figura abaixo) ou três dedos, dependendo do jeito de cada um:

Embora o mouse vertical tenha tido como principal alvo os usuários portadores de tendinite ou doenças musculares posturais, o fato é que qualquer usuário pode se beneficiar da ergonomia, principalmente aqueles que passam horas na frente da tela do computador.

Eu imagino que Doug Engelbart teria gostado desse novo design, afinal ele chegou a ver que o seu mouse original já havia tido várias modificações, desde a sua origem. E por que não? O mouse é um dos dispositivos mais importantes no uso cotidiano de qualquer tipo de usuário. Uma vez as modificações no design serem feitas, vai depender de cada um verificar se as mudanças compensaram, e se ele ou ela vão se adaptar e continuar usando o mesmo tipo de mouse. [Webinsider]

 

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A história do mouse e os avanços da computação gráfica

Trabalhar em pé no computador faz bem para a saúde

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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2 respostas

  1. Excelente artigo Prof Paulo. Por força de uma forte tendinite o medico me aconselhou a usar o mouse vertical. Após um período de adaptação passei a só usar esse modelo . Posso assegurar que houve importante melhora na tendinite. Seu artigo vem em boa hora e corrobora a mudança para esse mouse.

    1. Ilustríssimo compadre, que bom que o mouse vertical lhe ajudou. Até agora, eu estou gostando muito dele também, são melhoras no uso do micro que a gente não deve ignorar, não é mesmo? Mais uma vez, obrigado pelo elogio e incentivo.

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