Troco dois brinquedos por um PC, vocês topam?

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Carlos Nepomuceno

Meus filhos gêmeos de sete anos queriam (cada) um Gameboy no último Natal. Eu conversei e propus que se juntassem os dois pedidos Papai Noel traria um computador.



Eles toparam. Gastei mais, mas ganharam um brinquedo que vale por vários.



Passados todos esses meses, ao ouvir daqui o Cazuza cantando no quarto deles, contabilizo que eles já fizeram e fazem no PC nesse período:



– jogam dezenas de jogos, a maioria pela internet;


– falam com os primos na França, via Skype;


– redigem textos no Word;


– desenham no Paint;


– visualizam fotos tiradas por mim (e algumas vezes por eles) na máquina digital, que, de quando em quando, viram papel de parede do Windows;


– trocam e–mail e mensagens pelo ICQ e MSN;


– fazem apresentações no Power Point;


– e agora estão baixando música pela rede.



Na avaliação que fizemos recentemente, a compra do computador bateu de dez a do Gameboy, que volta e meia um amiguinho perde na escola.



Com tudo isso, não acredito que usem nem 5% da possibilidade do equipamento. Nem todos softwares instalados ou recursos de cada um deles.



É comum alguém reclamar: “Estou subutilizando meu micro”.



Mas, convenhamos, o computador foi projetado para ser uma máquina multiuso, para se adequar às necessidades de cada usuário. É um míssil para matar lagartixa!



Os programas são dimensionados para atingir mais gente – muito acima do que realmente um usuário normal terá necessidade.



Esse aspecto é o principal choque cultural da geração acostumada aos eletrodomésticos mono–uso: televisão, rádio, liquidificador, geladeira, que chegam e saem da nossa casa, depois de usados, do mesmo jeito que entraram.



O computador é um mutante que a cada dia arranja algo novo para apresentar. (Escuto agora o mais velho afinar a guitarra com ajuda do micro).



Ou seja, o computador veio para ser subutilizado. Resolve determinados problemas existentes e outros que serão gerados. E vem melhorar o que já fazemos e algo que nunca imaginávamos que faríamos.



Costumo comentar com meus clientes que existem dois tipos de subutilização: a saudável e a nociva. A saudável é aquela que aceitamos usar apenas parte dele e nos contentamos com isso. A nociva é quando temos algo que necessitamos, o micro está ali para resolver o problema e por falta de conhecimento, ou treinamento, não utilizamos.



Um limite muito tênue entre uma e outra.



Aí sim, podemos dizer que ele não está sendo utilizado de forma adequada, existe uma subutilização.



Assim, quando alguém reclama comigo; “Estou subutilizando meu computador”. Eu digo: “Todos nós estamos!”. No caso aqui das crianças, eu tenho dado aulinhas de informática para eles e vou apresentando as diversas alternativas, que vão, a partir do interesse de cada um, definindo o uso mais saudável.



Nessa difícil equação, considero que estar bem informado sobre o potencial do equipamento, a leitura do manual para saber todos recursos possíveis de cada software, acompanhar as novidades do mercado, atualizar com novas versões e treinamento personalizado para suprir a necessidade – ajudam a vencer esse dilema.



E o Cazuza continua cantando lá do quarto deles… [Webinsider]



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Artigos de autores diversos.

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