Blade Runner fora de catálogo. E a internet?

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Escrevo no calor do momento ? e no relativo frio de São Paulo, onde chove (escrevo numa noite de quinta, depois de uma semana de muito sol e calor atípicos para uma primavera). Agora estou em casa, mas há cerca de uma hora estive numa das lojas da rede de locadoras de vídeos e DVDs 2001, para alugar uma cópia de um dos meus filmes favoritos: o genial Blade Runner.

Dirigido por Ridley Scott (responsável por outro clássico, Alien ? o Oitavo Passageiro, e por duas superproduções mais recentes mas nem de longe tão boas, Gladiador e Cruzada), Blade Runner teve lugar de destaque em tudo quanto foi lista de top 100 (e várias de top 10) de filmes de todos os tempos na virada do milênio.

Talvez nem fosse necessário mencionar essas informações, mas, em várias conversas com conhecidos na casa dos vinte e poucos anos, tenho percebido que quase nenhum deles viu esse filme. Pensei, portanto, em pegar uma cópia (infelizmente não tive a oportunidade de comprá–la na época em que saiu) para reunir um pessoal em casa e fazer uma sessão–pipoca de alto nível.

Mas o título desta matéria (ou rant, como dizem os americanos, já que não se trata exatamente de um artigo, mas sim de uma diatribe, um desabafo razoavelmente virulento) já dá uma idéia mais do que razoável a vocês, amigos leitores, do que aconteceu.

Depois de pedir a uma funcionária da locadora (e pronunciar devagar o nome do filme três vezes, pois ela não fazia idéia do que se tratava ? e lembrem–se de que eu não estava num supermercado ou num armarinho de miudezas, mas numa das locadoras mais conceituadas de São Paulo), ela me acompanhou até os fundos da loja, onde outra funcionária digitou o nome do filme (corretamente, aliás) no sistema de busca.

Esgotado.

? Mas como assim, esgotado? ? perguntei. E ela respondeu:

? É que nós tínhamos um DVD aqui, mas ele quebrou e não temos reposição. Aliás ? ela conferiu a tela e lascou o golpe de misericórdia ? aqui consta que este filme está fora de catálogo desde 2002.

Saí da loja absolutamente inconformado com o fato de que um clássico do cinema não tem nenhuma cópia disponível em nenhuma de suas filiais. Nem em VHS. E bestificado por este filme estar há três anos fora de catálogo. (Aqui cabe uma observação: ao chegar em casa, fiz uma busca por alguns dos principais sites brasileiros de comércio eletrônico e constatei que a funcionária não estava equivocada: o filme não existe para venda na FNAC nem na Livraria Cultura, e no Submarino só constam o CD da excelente trilha sonora de Vangelis para o filme e uma edição importada do DVD, porém já esgotada.)

Por um lado, talvez eu não devesse me surpreender. Afinal, Blade Runner nunca foi um filme típico de Hollywood. Até porque, para começar, é uma co–produção Inglaterra–Estados Unidos. Em segundo lugar, o filme não foi aclamado por público e crítica na época de seu lançamento, em 1982 (apesar do próprio Philip K. Dick, autor do livro “Do Androids Dream With Electric Sheep?”, no qual o filme foi baseado, ter visto trechos do copião pouco antes de sua morte e gostado).

O sucesso só ocorreria entre 1984 e 1986, por ocasião de seu lançamento no então incipiente mercado de aluguel de fitas VHS. Foi então que o filme explodiu no exterior e aqui, a ponto de ser reexibido esporadicamente nos cinemas brasileiros ? e no final da década de 1990, constar da mostra de 75 anos da Warner Brothers, sendo exibido juntamente com Casablanca e Meu Ódio Será Tua Herança, outros clássicos mais antigos, em alguns cinemas cult do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Cerca de dez anos mais tarde, chegaria ao Brasil a versão em DVD ? mas com uma surpresa. O lançamento na então nova mídia digital seria apenas da versão do diretor, pela qual Ridley Scott vinha batalhando há tempos. Uma versão bastante diferente da que passou nos cinemas, não apenas com cenas adicionais, mas sem a narrativa de Harrison Ford em off que pontuava o filme inteiro e proporcionava um entendimento maior da história, além de dar um charme adicional típico do cinema noir.

Mas, infelizmente, numa rara e nada honrosa exceção, desta vez o estúdio e os produtores tinham razão. Apesar de até hoje Ridley Scott e Harrison Ford (que interpretou o detetive Rick Deckard, um caçador de andróides) afirmarem categoricamente que a versão original era melhor. Mais complexa e melhor acabada? Com certeza, em particular nas cenas finais – a versão que foi exibida nos cinemas continha, em seu encerramento, uma cena de uma floresta de coníferas em vista aérea, que não batia com a paisagem sempre escura e chuvosa da Los Angeles de 2019, época em que se passava a história do filme. O motivo dessa discrepância é que os produtores usaram trechos de O Iluminado, de Stanley Kubrick, para supostamente oferecer um contraponto mais feliz a uma história trágica. Não foram felizes neste ponto, mas outros recursos, como a narrativa de Ford em off (muito utilizada em clássicos do cinema noir, como À Beira do Abismo, com Humphrey Bogart) acabou se revelando genial, e um dos pontos fortes do filme. Eu poderia escrever um livro sobre este filme (vários já foram escritos no exterior), mas vou parar por aqui. Vocês, caros leitores que por acaso não viram o filme, já fazem uma idéia razoável do que estão perdendo.

E por que vocês estão perdendo isso? Alguém sabe? Eu não sei. Só sei de uma coisa: se, como dizia o escritor de ficção científica e futurólogo Bruce Sterling nos primórdios da web em seu livro The Hacker Crackdown, “information wants to be free”, então temos alguma coisa de muito errada acontecendo. Porque a informação não está sendo disponibilizada. É no mínimo irônico que clássicos mais antigos como Casablanca e Ben–Hur (outros filmes, aliás, que fazem parte da minha lista de top 5) estejam recebendo novos lançamentos de luxo, cheios de extras, e Blade Runner, que é uma das referências da cultura cyber, continue relegado ao esquecimento.

Resta então aos fãs de cinema duas opções: comprar o DVD no exterior (e pagar uma taxa alfandegária absurdamente alta que praticamente duplica o preço do filme) ou baixar o filme em algum programa P2P como o eMule ou o SoulSeek. Que as distribuidoras, portanto, não reclamem. É por esse descaso (e também pelos preços altíssimos dos DVDs) que o consumidor procura os chamados “genéricos” em bancas de rua ou baixa filmes na rede. É o que eu pretendo fazer com Blade Runner assim que tiver a oportunidade.

E, só para deixarmos as coisas bem claras: pirata é o escambau. Eu (e todos os que já passaram ou ainda passam pelo mesmo tipo de constrangimento) sou consumidor de Cultura. E mereço respeito.[Webinsider]

Avatar de Fábio Fernandes

Fábio Fernandes é jornalista, tradutor e escritor. Na PUC-SP, é responsável pelo grupo de pesquisa Observatório do Futuro, que estuda narrativas de ficção científica e a forma como elas interpretam e são interpretadas pelo campo do real.

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37 respostas

  1. Comprei-o há alguns dias. Na capa está escrito que é a versão do diretor. Assisti uma parte dele mas até agora não percebí qual a diferença do que passou no cinema – a mim parece igual. Alguém aí sabe dizer a diferença?

  2. Putz!: Box Blade Runner incompleto no Brasil!!

    Fonte: Cinema em Cena.

    Em dezembro, chega a aguardada versão definitiva de Blade Runner – O Caçador de Andróides. Além de prometer a exibição do filme nas salas de cinema, a Warner Bros. coloca nas lojas uma edição especial com três DVDs.

    O lançamento contém o mais recente corte (que teve sua pré-estréia no Festival de Veneza em setembro), um segundo disco trazendo todas as versões anteriores (entre elas a original, exibida nos cinemas americanos em 1982; a versão internacional, exibida fora dos EUA no mesmo ano; e a versão do diretor, de 1992), mais um terceiro que traz o documentário Dias Perigosos: Realizando Blade Runner.

    Feliz com a notícia? Espere até saber que o box americano contém mais dois DVDs repletos de extras que nós, brasileiros, não teremos a oportunidade de assistir. A exemplo do que aconteceu no ano passado com a coleção Superman (que no Brasil ficou praticamente sem a metade dos discos da versão americana), ficaremos privados das atrações especiais mais uma vez.

    A Warner já cortou extras de outros de seus lançamentos. Filmes que tiveram edições duplas nos EUA (Os Infiltrados e V de Vingança, para citar exemplos recentes) chegaram ao Brasil apenas em suas edições simples.

    A distribuidora não especificou no press-release, mas, se o disco um, que contém a versão definitiva de Blade Runner, não foi alterado para o lançamento brasileiro, também teremos como extras três faixas de comentários em áudio (uma com Ridley Scott, outra com os roteiristas Hampton Fancher e David Peoples e os produtores Michael Deely e Katherine Haber, e uma terceira com os responsáveis pelos efeitos visuais e design de produção).

  3. Última notícia na última linha – Blu-Ray & HD-DVD:

    Warner Home Video anuncia seus primeiros filmes em alta definição no Brasil

    A empresa disponibilizará para o Natal três clássicos de Stanley Kubrick (2001, Nascido Para Matar e De Olhos Bem Fechados), mais O Aviador (de Martin Scorsese) e quatro longas da série Harry Potter (A Câmara Secreta, O Prisioneiro de Azkaban, O Cálice de Fogo e A Ordem da Fênix – pela primeira vez em widescreen por aqui), todos nos formatos Blu-Ray e HD-DVD e legendados em português (sem dublagem).

    A partir de janeiro, pelo menos cinco filmes por mês em alta definição chegarão às lojas. O próximo grande lançamento será a edição definitiva de Blade Runner, no começo do ano!!

    Fonte: Omelete.

  4. Saudações,

    Fernando Maciel disse tudo(se é possível…)…
    O conceito base do(s) filme(s) é de tal força que mesmo uma intervenção de tecnocratas do cinema acaba gerando(replicando) algo essencialmente bom…

    Mesmo com o final feliz pode-se inferir uma mensagem melancólica: replicantes são uma espécie bem mais interesante que seres humanos…

    E realmente, saber que seu prazo de validade é curto é torturante… O sei por experiência própria…

    Ainda assim, sinto-me bem sempre quando assisto ao filme…

    Quanto ao unicórnio, algo escrito por Leonardo da Vinci: O unicórnio, através da sua intemperança e incapacidade de se dominar, e devido ao deleite que as donzelas lhe proporcionam, esquece a sua ferocidade e selvajaria. Ele põe de parte a desconfiança, aproxima-se da donzela sentada e adormece no seu regaço. Assim os caçadores conseguem caça-lo.

    O unicórnio pode ser visto como um símbolo de liberdade natural…

    Abraços, (estou ouvindo aquela música na minha cabeça…e vendo coníferas…)

  5. Li essa matéria e adicionei-a às minhas favoritas.
    Procurei o filme pois nunca esqueci as cenas dos protagonistas e a trilha sonora. Realmente não achei aqui em BH.
    Foi um marco pra quem viveu a adolescência nos anos 80.
    Será que agora já acharemos o filme com todas as versões para se fazer a tão sonhada sessão-pipoca com os amigos remanescentes dinossauros deos anos 80?
    Quem conseguir primeiro, avise!

  6. Pessoas,

    PKD é o cara!
    Ridley é o gênio!
    Este é o filme!

    Este filme é tão bom, mas tão bom, que ele é fantástico em qualquer montagem que for apresentado… taí a genialidade dele…

    Na versão de original de 1982 ele é o mais perfeito filme noir jamais feito…

    Na versão editada ele é o melhor exemplo de um filme de ação… bota no chinelo qualquer extermindador do pretérito do fututo…

    Na versão do diretor (1992) é de uma singularidade, uma delicadeza quando faz uma homenagem à vida que é uma coisa de louco… sim, pq até nisso o diretor é genial.. conseguiu a melhor interpretação da vida do Harrison Ford… uma interpretação diferente em cada versão!!! Não é genial???

    É o mesmo filme, são as mesmas cenas… é a mesmíssima interpretação… mas cada filme muito, muuitíssmo diferente…!!!!

    E cada vez que você assiste a qualquer uma das versões, você vê um outro Deckard…

    Em uma versão, ele é apenas um homem, um simples mortal, um detetive fracassado, expulso do esquadrão especial de Blade Runners, que só quer ser deixado em paz, em crise com as matanças (retirements) que era obrigado a executar… em objetos que imitavam a vida tão bem…

    Noutro, ironica e cinicamente, ele apenas queria uma chance para sair daquela vida… mudar de rumo… aproveitando apenas a oportunidade de voltar a ativa, sair daquele inferno de vida que é los angeles em 2019… e claro, surpreendentemente, no final, pensando melhjor… sabe de uma coisa? Essa Rachel é a maior gata, quer saber? Vou mais é ser feliz… Tá, e daí que ela é um robot?? Além de bela, ela não tem nada de fera – como a outra, que eu matei -, ela é uma gracinha e tá louquinha para me amar…… … e pra mim, ele fez é sair do planeta Terra e está em uma das colônias exteriores… matou os replicantes, ganhou a grana, pegou a garota e sartou fora do planeta… por isso as cenas das montanhas e das florestas… que o estúdio colocou, saca??

    E a versão do diretor (1992)???

    Quando a gente assiste essa versão a gente observa um Deckard admirado com o mundo, com a música, com a vida… parece que tinha acabado de ser ativado…!!!!! A expressão dos olhos do Harrison Ford quando ele tá com o Bryant (sendo levado para a central de polícia) e o carro aéreo está descendo no heliporto do prédio é uma das mais singelas e completas homenagens à vida… o Deckard-replicante está admirado com a vida, mesmo vivendo numa porcaria de cidade, suja, feia, lotada, destruída… e tudo que ele quer é entender e viver a vida… a qual preço que seja… mesmo que para isso ele tem que matar o que apararentemenete não tem viada… mesmo que ele tenha que matar seres à sua imagem e semelhança… percebem? percebem o quão forte é essa mensagem???? Gente, é demais… demais mesmo!!!

    Caras, o Ridley pode até não gostar, mas foi a intervenção mais feliz e mais iluminada de todos os tempos, o estúdio ter feito a mexida no filme e colocado a narração em OFF… !!!!

    Acabamos tendo a raríssima oportunidade de LITERALMENTE poder ver, poder assistir a vários filmes ótimos, a partir de uma única filmagem… coisa de louco!!!

    Era isso que, na minha opinião, os caras do Matrix deviam ter feito… ao invés de terem querido lavar as burras de tanto ganhar dinheiro com duas horrorosas continuações (que só maculam a genialidade rara do primeiro filme), eles deveriam ter tido a coragem (e o respeito com os cinéfilos e com a sétima arte) de apenas acrescentar algumas novas cenas (no máximo uns trinta minutos) com as idéias que completassem o filme original… acrescentado mais alguns efeitos, para atualizar o filme original… e pronto… dar uma coletiva: Olha, era isso que a gente queria ter feito… se tivessem dado a grana para gente desde o início… Mas não…!! Claro que não!!! Vamos é fazer o NEO virar Cristo e fazer/trazer um DRAGON BALL Z para o cinema… sim, pq aquela luta final entre o NEO e o Mr. SMITH eu cansei de ver nos ótimos desenhos do GOKU e companhia… só faltou um KA-ME-RHA-ME-RÁ… mas eu juro que ouvi isso no meio daquele combate aéreo, na chuva…!!! hahahahaha

    Blade Runner é uma lição de cinema, até mesmo no quesito estúdio, que foi muito feliz na sua intervenção…

    É o melhor filme de todos os tempos!!!

    Que venha a FINAL CUT!! Mal posso esperar!!! hehe

    Fernando M.
    Brasília – DF

    P.s.: E já perceberam que (estando nós em 2007) Blade Runner foi o filme que mais acertou em previsões de um futuro apocalíptico??? estamos a doze anos do ano no qual se passa a estória… mas já temos robôs, clonagens, carros voadores (vide o protótipo de um carro esportivo voador, pouco maior que um opala, que foi matéria de capa há alguns anos e que só não está sendo vendido – por US$ 85000,00 – pq não temos tecnologia ainda de controle aéreo mundial que comporte o tráfego aéreo a nível mundial.. sim, pq o bólido faz 300 km/h, umas três horas de viagem brasília/são paulo… hehehe), super-processadores, etc etc… fantástico… é só o que tenho a dizer sobre esse filme… 🙂

  7. Taí o que queríamos, pessoal:

    http://heroi.ig.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=4566&Itemid=17&catid=63

    Blade Runner terá versão definitiva em DVD
    Rodolfo Bruno Braz
    26/07/2007

    Blade Runner é um dos filmes mais importantes da ficção científica em todos os tempos. Dirigido por Ridley Scott e protagonizado por Harrison Ford, o longa ganhará uma nova versão definitiva em DVD e sairá no dia 18 de dezembro nos EUA, segundo anúncio feito pela Warner Home Video. Uma exibição limitada nos cinemas de Nova York e Los Angeles está em estudo.

    Blade Runner: Final Cut chegará às lojas totalmente restaurado e remasterizado, com cenas nunca vistas e várias em versão estendida. Tudo isso virá com novos e melhorados efeitos especiais. Nos extras da versão especial haverá comentários do diretor e um documentário de três horas e meia do produtor Charles de Lauzirika. O sistema de som será modificado e virá o bom e velho Dolby Digital 5.1.
    Os extras das duas edições de colecionador serão totalmente recheados: um disco inteiro com várias horas de documentários e galerias, mais de 45 minutos de cenas alternativas e deletadas, que foram recentemente descobertas no fundo de um depósito e que têm aprovação de Ridley Scott. Ainda há material falando do autor Philip K. Dick (criador de Blade Runner), rascunhos do roteiro, arte conceitual entre outros materiais.
    O DVD chegará ao mercado americano em três versõe: a primeira será uma versão especial com dois discos (US$ 20,97) e a segunda terá quatro discos ao preço de US$ 34,99. Além disso também haverá uma versão para colecionador com cinco discos num pacote superespecial custando0 US$ 78,92.

  8. Andrade, o unicórnio significa simplesmente que Deckard é um Replicante.

    Dicas:

    1. o brilho no olhar (Holden também tem esse brilho, no início, ao questionar Leon) – Só os replicantes possuem esse brilho no olhar. É a chamada blush response: quando Rachael pergunta a Deckard se ele a perseguiria se ela fugisse, ele responde que não e passa por trás dela. Nesse momento ele está desfocado e só o que se vê do rosto dele são os olhos e sombras. E os olhos estão com o mesmo brilho dos Replicantes.

    2. Deckard não tem lembranças, não tem passado e só o que se sabe dele é que ele é um ex-Blade Runner: Bryant diz a ele em certo momento se você não é tira, você é gentinha. Gentinha são os Replicantes, na visão do capitão reacionário.

    3. O sonho com o unicórnio. Em dado momento Deckard diz a Rachael que as lembranças dela são na verdade da sobrinha de Tyrell. Implantes. Exatamente. O sonho do unicórnio é um implante na mente de Deckard.

    4. O origami: Gaff sabia que Deckard era Replicante, assim como provavelmente o sabiam Tyrell (que deveria tê-lo projetado) e Bryant: como pode alguém não saber o que é?
    O origami do fim simplesmente diz a Deckard que ele é um Replicante.

    Sacou? Abração.

    P.S. Vejo muita gente escrevendo que prefere a versão dublada e com o final feliz. Qual é pessoal? Blade Runner com final feliz e dublado? Isso não é cinema, é sessão da tarde e Blade Runner nunca foi sessão da tarde. Isso é um insulto ao Philik K. Dick e ao Ridley Scott.

    Blade Runner é antes de tudo uma visão do futuro dentro do presente e o presente nunca tem um final feliz.

    A versão do diretor é a mais fiel ao conto do PKD.

    Novamente, abraços.

  9. Acabei de assistir esse filme (em DVD, versão do diretor)… Ótimo filme… Ótima fotografia! Tudo ótimo!
    Só não entendi bem a relação do origami no final do filme com o sonho do Deckard (em ambas as cenas aparece a figura de um unicórnio…).
    Alguém daqui poderia me explicar melhor isso?
    Nessa versão, nada de final ensolarado…
    Obrigado.

  10. Atenção pessoal! Cuidado.
    Vcs se lembram da minha msg acima (21ª) aonde digo que encontrei no Classificanet o DVD Blade Runner dublado? Pois é, era tudo mentira do vendedor, ele me disse que tinha o filme dublado, ainda insisti com ele várias vezes sobre a dublagem, de tanto perguntar se o dvd era mesmo dublado, e ele afirmou que sim. Qd recebi em casa, veio essa porcaria de 1991 lançada agora em Dezembro passado, versão do Diretor, sem a narração em off e o final ensolarado. Ele anuncia Blade Runner de duas maneiras diferentes, em seguida, a versão de 1991 e um dvd duplo. Tomem cuidado, ele nem responde mais os meus e-mails. E eu nem quero dinheiro de volta, quero apenas trocá-lo por outro à minha escolha más que tb seja dublado. Meu prejuizo foi de R$ 60,00.

    Abs

    Ronaldo

  11. Olha pessoal, sinceramente acho que dá pra ser otimista, pois eu nunca imaginei que assistiria Quando Explode a Vingança com a dublagem dos Anos Corujão em DVD e, para meu deleite, esse filme já está na prateleira da minha estante.
    Quem sabe alguma alma caridosa na Warner Brasil, que, talvez, se sinta parte – como nós – daquele comercial de TV da Chevrolet ( Onde até Stay Puft – O Monstro de Marshmellow dá o ar de sua graça), decida fazer como a MGM e na época do relançamento de Blade Runner utilize aquela saudosa, porém muito bem feita, dublagem da Herbert Richards…com voz em Off… Com paisagens de O Iluminado e, principalmente, com as mesmas sensações que aquela montagem – ao gosto de Ridley ou não – nos causou em suas antigas exibições…

    Abraços a todos que, como eu, adoram o que houve de melhor numa época em que cinema era entretenimento sério e não videogame filmado…

  12. É amigos, tomara que esse lançamento triplo de Blade Runner saia com pelo ao menos o filme original de 1982 completo, e com dublagem em português (o que não é muito próprio da Warner).
    Achei um colega no CLassificanet.com.br de são Paulo, que diz ter esse filme dublado. Deve ser gravado da tv. Más e daí? Será a única maneira de tê-lo na versão original e com som em português. Ainda bem que ele disse que foi gravado da SKY.
    Agora, eu que sou fã desse filme, jamais comprarei qualquer versão que não seja a original (1982 com narração em off e final ensolarado), principalmente se não tiver dublagem.

  13. Alo Fabio, recem hoje li tua materia sobre esse classico do cinema chamado Blade Runner. Realmente participo de tua indignação. Após muito procurar consegui achar o dvd em uma locadora, não preciso te dizer que estava até fora da prateleira, mas mesmo assim consegui loca-lo e graças a popularização da tecnologia tirei uma cópia para mim (que se ainda não o tens, seria um prazer te enviar uma), infelizmente trata-se da chamada versão do diretor, sem a narraçao em of, realmente perdeu muito, e sigo procurando a versão que assisti, várias vezes, no cinema. Quanto as cenas extras sinceramente quase não se nota.
    Abraços e parabéns pela matéria.
    Breno.

  14. para inglês ver. é realmente um desrespeito:
    – nenhum extra
    – som 2.0, quando qualquer DVD do calypso (é assim que se escreve o nome desta banda?) é em 5.1 surround
    – nenhum encarte
    resumindo: uma enganação, picaretagem pura!
    porém para nós, amantes do bom cinema e dessa obra-prima, vale como aperitivo para o que (espero) virá.

  15. Delio, fui lá checar, mas o que será relançado no próximo dia 27 de novembro é a Edição do Diretor, em um DVD só. Ainda vamos ter que esperar mais um tempo pelo DVD triplo…

  16. Galera! Pelo amor de Deus, alguem me ajuda a conseguir o DVD Blade Runner 1982, com a narração em off de Harrison Ford dublado, com a dublagem da globo. Eu pago bem…já estou desistindo de procurar.
    Valeu pessoal

  17. Rapaziada! Nunca ouvi comentários tão óbios sobre um filme, quanto o de vcs. Simplesmente Blade Runner, é o filme, o melhor dos melhores. Achei um no Mercado Livre, vcersão do direto de 1982, dubldo(versão brasileira Herbert Richers), cliquei, comprei, paguei e não levei, pois o vendedor me respondeu o e-mail, dizendo que havia perdido o dvd, e, que se eu quisesse, poderia ficar com o original legendado. Na basta, lançarem ele em dvd, cheio de versões, e a nossa versão dublada que a gente gosta tanto? Se não sair a versão com audio em português, de que adianta…
    Valeu
    Abraços

    Ronaldo

  18. Só uma recomendação: Procurem também o livro, que apesar de pouco ter haver com o filme é também genial!! Nunca saiu no Brasil, que eu saiba, mas existe uma versão portuguesa…

  19. Prezado,
    hoje 16/08/2006 ,cansado de procurar pelo Blade Runner
    ao qual vc se refere em seu artigo,me vi em vc,aconteceu comigo a mesma coisa,porém eu tenho a fita vhs da versão do diretor e o cd original do Vangelis,vou contiuar a caça deste que para mim é o melhor filme feito até hoje.

    Abraços

  20. Fábio,

    apenas um esclarecimento: Blade Runner ficou fora de catálogo, não só no Brasil, como no mundo todo, por problemas de direitos autorais, que parece que agora foram resolvidos! :))

    Agora é começar a economizar para comprar a edição de luxo de 2007.

    Abraços

  21. Rapaziada, o Delio está certo. Acabei de receber a notícia de que ano que vem a Warner lançará um DVD TRIPLO, contendo todas as versões de Blade Runner, inclusive a clássica. Agora, vamos torcer pra vir pro Brasil, não é? 😉

  22. Acabei de fazer na net o mesmo trajeto q vc fez. Fui pro google e achei sua matéria!! Assisti o filme há 9 anos atrás em VHS alugado. Não acho mais o tal VHS pra alugar, e DVD nem pensar. A história se repete! Bom, na primeira oportunidade, vou baixar o filme em p2p. Valeu o desabafo, é um desabafo por muitos. Que venha o box com todas as versões.

  23. Noticia fresca:

    Versão definitiva de Blade Runner em 2007

    Uma das mais cultuadas ficções científicas de todos os tempos, ?Blade Runner: O Caçador de Andróides? será relançado em DVD pela Warner Home Video. Para o relançamento do clássico de Ridley Scott está sendo preparada uma nova versão do filme, novamente reeditado pelo diretor. Desta vez, ele promete, será a última. Em 1982, como Scott ultrapassou o orçamento do filme foi obrigado a entregá-lo aos financiadores, que fizeram mudanças significativas à sua visão original. A inclusão na narração em off, o final feliz nas montanhas e a ausência das sugestões de que o detetive Decker seria também um Replicante foram as mais gritantes. Tais elementos foram arrumados pelo cineasta uma década depois, quando o filme ganhou uma ?versão do diretor?. Mas Scott declarou-se insatisfeito mesmo com essa montagem, já que ele disse ter sido apressado e que não teve tempo de dedicar atenção suficiente à obra. Desta vez ele teve todo o tempo que precisava, já que começou o trabalho em 2000. ?Blade Runner: The Final Version? (A versão final) será lançado em setembro e ficará nas lojas apenas quatro meses. Ele volta em 2007, com lançamento nos cinemas e retorno aos DVDs em nova embalagem, contendo materiais adicionais e todas as montagens existentes do filme. São quatro: original de cinema (EUA, 1982), original de cinema internacional (sem cortes), versão do diretor (1992) e versão definitiva (2006).

  24. Fiquei chocado com esta informação. Não sabia que este filme estava fora de catalogo. É uma lastima pois, gosto muito do filme e mais ainda da trilha de Vangelis.
    Tenho esperança que um dia conseguiremos encontra-lo.

  25. É uma pena que seja verdade isso. Outro dia, já caido de sono, estando navegando, ouvi que a Globo iria passar o filme. O sono se foi, e fiquei até não sei que hora da madrugada vendo a este clássico.

    A versão que eles passaram termina não com a paisagem, mas com um origame na porta.

    Muito legal e questionador o filme. A trilha sonora é fantastica.

  26. Prezado Fábio:
    Concordo com você. Blade Runner é genial e eu, como você, vivo procurando a tal versão do diretor. Mas o mercado é burro e não está nem aí pro consumidor. Quem achar primeiro, avisa o outro!
    Abs,
    Cesar Oliveira

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