Até bem pouco atrás, a gente ia lá no software e perguntava “ó, augusto oráculo, como é que se cobre essa gente toda?” E as planilhas cuspiam números. Com douta inteligência e paciente aplicação, otimizava-se a grana sem muito erro. E se as previsões furavam, a culpa era da porcaria que o anunciante aprovou, do lixo que a agência criou e da burrice imprevisível dos consumidores.
A audiência era dada.
Hoje, a pitonisa está esclerosada, o software ficou um pouco lento e bem defasado. Não conseguimos mais alimentar tantas variáveis nem tampouco apurar os malditos consumidores que assistem TV na internet, lêem jornal no computador, revistas nos blogs que as chupam sem nenhum arrependimento, cinema no celular, e tudo o mais no Youtube-o-raio-que-o-parta. E o grande irmão que define quem vai ver o que é o Google, maldito seja. Sem falar que os sem-vergonha dos consumidores espalhafatam tudo a torto e a direito, sem avisar ninguém.
A audiência virou adivinhação.
Então, enquanto nenhuma vestal matemática se habilita, enquanto a gente não acha um jeito simples e seguro de calcular com quanta gente se alcança um objetivo de comunicação, só nos resta concentrar-se na mensagem. Já que é tudo meio chute mesmo, aposentam-se as planilhas, as pesquisas, os dados do passado.
Viramos (ou viraremos) fábricas de audiência e essa coragem aí, de acreditar que a mensagem que criamos é capaz de quebrar tudo de forma imprevisível – pro bem e pro mal – é o novo talento dos anunciantes.
Aposentem-se os estatísticos, é a vez e a hora dos criativos, de todas as laias. [Webinsider]
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3 respostas
Também discordo… Hoje no que se diz digital TUDO pode ser medido… deixe a adivinhação para o mundo offline onde ainda dependemos de instituições onde utilizamos amostras e/ou conjunto de pessoas para ESTIMAR o que se lê ou VÊ nesse mundo…
Discordo.. audiencia não é mais adivinhação, na minha opinião antes é que era assim. Ou vc acredita/confia no IBOPE? Agora sim existem ferramentas que vão ser utilizadas para identificar a audiencia. Ele pode não ser “dada”, mas com a experiencia com seu público você terá esta informação “adquirida” e isso vai definir suas ações. aí é que está a diferença 😉
Ótimo texto. Mas, hey estatísticos: não à aposentadoria. Webnalytics já! Fatia das mais importantes no trabalho digital e ainda tão desprezada. Vosso trabalho aqui é fundamental.