Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket
A Fábrica de Cretinos Digitais um livro provocativo, inquietante e necessário. Fluência no uso de um app não é conhecimento da tecnologia.

A Fábrica de Cretinos Digitais um livro provocativo, inquietante e necessário. Fluência no uso de um app não se confunde com o conhecimento da tecnologia.

 

Uma coisa que me incomoda é a exaltação dos “nativos digitais” e a grotesca diminuição do valor das gerações precedentes. De maneira geral vemos artigos e reportagens na mídia afirmando que os nativos digitais formam um grupo mutante, hiperconectado, dinâmico, impaciente, zapeador, multifuncional, criativo, curioso por novas experimentações, dotado para o trabalho colaborativo, etc.

Mas, quando se diz mutante, se diz diferente. O que transparece implicitamente é que as gerações anteriores seriam solitárias, amorfas, lentas, pacientes, monofuncionais, desprovidas de criatividade, inaptas às experimentações, refratárias ao trabalho coletivo, etc. O mote é exaltar a geração z e ridicularizar as gerações anteriores.

Será mesmo? Vejamos alguns pontos: os nativos digitais usam tecnologias criadas pelas gerações anteriores, como o smartphone, automóveis, aviões. A idade média dos engenheiros da SpaceX é de 30 a 40 anos. As gerações anteriores criaram a internet, o computador, o GPS… Tivemos a bolha das startups ponto.com em torno do ano 2000. A geração z não tinha nascido!

Então tentar dizer que as gerações anteriores à dos nativos digitais não criavam e não experimentavam é falar abobrinha.

Além disso, é um erro crasso tentar dizer que os nativos digitais são uma geração homogênea e possuem o mesmo estilo e pensamento de vida. Comparemos a geração z do Leblon com a do Complexo do Alemão. Ou do Vale do Silício e NY com o interior da Índia ou Paquistão. Não dá para ver nenhuma similaridade. São mundos socioeconômicos e culturais totalmente diferentes. Nas bolhas tecnológicas esquecemos do mundo real, que é imensamente maior que a bolha.

Outro mito é a afirmativa que a geração z é exímia conhecedora das tecnologias digitais. Na prática podem ser muitos bons em usar as funcionalidades de um Instagram ou TikTok, mas não tem a mínima ideia de como a tecnologia digital funciona.

Os estudos apontam claramente que a geração z que interage naturalmente com seu smartphone não a torna em especialista em tecnologias digitais. Confunde-se a fluência no uso de um app como conhecimento da tecnologia. Mais ou menos como confundir um apreciador de uma boa comida com um chef experiente. Ir diariamente a bons restaurantes não tornam ninguém em experts no preparo dos pratos.

Estudos apontam que a geração conectada usa apenas 2% do tempo criando conteúdo (atividade criativa)). Os demais 98% do tempo são em atividades recreativas e passivas, como assistindo vídeos no TikTok ou mantendo conversas rasas no WhatsApp ou outros apps.

Recentemente, descobri o livro “A Fábrica de Cretinos Digitais” de Michel Desmurget, que aborda exatamente esses pontos. É um bom ponto de partida para desconstruir esses mitos. A tecnologia exibe todo um lado positivo, mas também não devemos menosprezar seus efeitos colaterais, nem sempre positivos. Vale a pena ler. É um livro provocativo, inquietante e necessário. [Webinsider]

. . .

 

As novas skills

 

O ardil sinistro nas redes

 

Liderando o Futuro, novo livro de Martha Gabriel

A IA vai criar um mundo de espionagem absoluta

Avatar de Cezar Taurion

Cezar Taurion é CSO da RedCore.ai

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on telegram
Share on pocket

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *