O futuro dos PDAs

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A pergunta é: palmtops têm futuro?

Foi assim, no meio de uma conversa informal sobre nada de específico, que um amigo me veio com essa pergunta.

Não sei porque, mas tenho este estigma de saber tudo sobre palmtops. Me perguntam coisas as mais diversas e estranhas o tempo todo. Uso e trabalho com palmtops desde 1999 e, modéstia à parte, sou profundo conhecedor destas pequenas maquininhas. Mas daí a saber se as danadas têm ou não futuro é um pouco mais complicado.

Eu por exemplo não me vejo sem meu iPaq de forma alguma. Já pensei muito em trocar por um equipamento híbrido (celular + PDA), até andei dando umas voltinhas com alguns modelos. Como não encontrei ainda nenhum com boa qualidade de recursos versus bateria e ao mesmo tempo com um tamanho razoável, abandonei a idéia. E, principalmente, não encontrei nada que se adaptasse a mim.

Não acredito que exista um palmtop perfeito. Cada pessoa tem suas necessidades e se adequa melhor a este ou àquele modelo. Uso meu iPaq para quase tudo e tenho lá desde anotações pessoais e profissionais até minhas músicas, podcasts e vídeos, além de mapas e informações das cidades para onde viajo com mais freqüência. E o bluetooth tem sido a minha forma de conectar e trocar informações entre ele e o mundo através de meu celular. Estou muito satisfeito com o conjunto!

De volta à pergunta fatal e ainda tentando chegar a uma resposta, começo a lembrar o que eu fazia com meu primeiro Palm.

Na época comprei até um modem que usava duas pilhas palito. Alias, o próprio Palm usava também duas pilhas palito. Ele ficou impressionado e quis saber mais!

A tela era monocromática, mas eu mandava e–mails e acessava websites com ele. Era uma missão quase impossível, mas eu fazia muito isso quando em viagem. Eu o carregava comigo pra lá e para cá e cheguei a responder e–mails enormes com ele. Era impressionante a utilidade do meu antigo Palm III.

Mas o que realmente importava no dia–a–dia era ter meus compromissos, tarefas, anotações e outros pequenos detalhes sempre à mão. Esta era, e acredito que seja ainda, a mais importante e fundamental funcionalidade dos palmtops. Joguinhos também eram bem–vindos para os momentos de distração. Mas no fim das contas, eu e quase todos que conhecia na época, usávamos o Palm basicamente para o essencial do dia–a–dia.

Depois fui melhorando os modelos até o meu iPaq atual. Mas nesse intervalo, lembro do espanto que o celular Nokia 6100 me causou. Espanto mais pelas possibilidades futuras, que pelo próprio 6100. Neste momento o meu amigo começou a entender do que eu falava. E essa compreensão faz parte da minha tese neste artigo.

Como trabalho com telecom, tive na época a oportunidade de usar um 6100 logo que foi lançado no Brasil. Sincronismo com o Outlook? Sim, e além dessa faceta, o danado tinha despertador, download de jogos em Java, infravermelho para, entre outras coisas trocar cartões de visita (isso te lembra o quê?) e ainda tinha GPRS. Nossa, parecia com meu primeiro Palm, só que com conexão com a internet, tela colorida, T9 no lugar do Graffiti e tamanho e peso bem menores.

Colegas usuários de palmtops, não briguem comigo, não estou reduzindo o Palm a uma agenda de compromissos. Tomei a liberdade do exagero da comparação para chegar ao meu ponto. E, principalmente, não briguem comigo agora, vamos esperar um pouco mais de tempo e ver como o mercado se comporta e se posiciona. Tempos atrás, escrevi aqui no Webinsider um artigo sobre as qualidades do Pocket PC que superavam o Palm OS. Nome do artigo? “Preconceito” (veja ao lado). Fui duramente criticado, mas muitos dos críticos, que na época usavam o Palm, hoje usam o Pocket PC.

O que estamos vivendo neste momento é uma sofisticação cada vez maior de telefones celulares. Eles estão cada vez mais parecidos com as funções básicas dos palmtops. E uma outra frente tecnológica vem reduzindo drasticamente o tamanho dos notebooks. Alguém aí já ouviu falar do OQO, do FlipStart e outras pequenas preciosidades semelhantes? Onde será que vamos chegar? Então vamos imaginar até onde podemos chegar? Convido todos a uma visita ao mundo do Nokia 9500
e do Nokia 9300.

Vamos a mais alguns fatos.

Por que será que a Sony abandonou o mercado de palmtops? E por que está lançando, através da SonyEricsson, celulares que são verdadeiros centros de multimídia? Câmeras digitais na casa dos megapixels, players de MP3 e por aí vai.

E por falar em celulares com diversos recursos, mais adiante existirão – se é que já não existem – celulares que permitirão aos usuários desligar a parte de celular como fazemos hoje nos palmtops como os da linha Tungsten, Treo, etc. Vez por outra quero ver as horas, consultar alguma coisa ou mesmo tirar fotos com meu celular dentro de um avião. Não posso por causa da tal legislação. Mas se pudéssemos deixar a parte de celular desligada e usar apenas as funcionalidades de palmtops, câmera e até os jogos, não haveria problema algum. O celular passaria a ser um palmtop que poderíamos usar a bordo para diversão. Uma de duas coisas acontecerá primeiro: ou as empresas criam este tipo de celular, ou os departamentos de aviação liberam o celular a bordo. Já existem, inclusive vários estudos sobre o uso de celulares a bordo.

Realmente essa pergunta sobre os palmtops é mesmo difícil de responder. Mas, arriscando, diria que a venda de palmtops ou já está estagnada ou cresce muito pouco. Arrisco ainda dizer que a venda de celulares com recursos básicos de palmtops tem aumentado cada vez mais.

Você já viu alguém que nunca usou ou usaria um palmtop anotando e consultando aniversários, compromissos e lembretes no celular? Cada vez mais comum, certo? E ainda usam o T9 com impressionante velocidade. Meu amigo faz que sim com a cabeça e comenta que tem todos os aniversários anotados no seu celular e usa os alarmes para acordar e lembrar de alguns compromissos. T9? Também usa com muita desenvoltura!

Portanto, se tivesse mesmo que arriscar, diria que os palmtops, ao menos como os conhecemos hoje, estão com os dias contados. [Webinsider]

.

Vladimir Campos é escritor. Veja mais sobre ele.

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2 respostas

  1. Vamos lá:

    Pda’s morreram. Smartphones se popularizaram. Wi Fi, 3G e 4G já são realidades. 60 GB eu carrego no meu bolso, com dois micro sd cards de 32 GB. Celulares incorporaram as funções de PDA e descartaram a sisudez. Tablets estão matando os notebooks. E vai piorar…

  2. Eu ainda não sei se concordo com o artigo…
    Mas analisando o cenário. Os palmtops foram criados para o mundo dos negócios, executivos, gerente, diretores, etc… Ei, mas os celulares também começaram assim! Tá bom…
    Aí as empresas de celulares começaram a lançar modelos de celular que só ligavam e recebiam ligações… Ei, mas os palmtops também foram lançados com funções básicas…tá certo, tá certo! E sempre em cada período de evolução co-existiam palmtops que eram básicos e palmtops com os melhores recursos disponíveis… é verdade…
    Mas quem em 2005 iria dizer: Wifi? Uái o que?Ah, eu não preciso isso, me dá o modelo básico mesmo! Blasfêmia!
    Hoje em dia acredito que tudo é uma conjugação de fatores. Houve o tempo em que para se ligar para uma pessoa tínhamos que pedir para uma terceira fazer a conexão! É sério! E esse período tem mais do que a ver com a situação atual, foi ele que impulsionou os desenvolvedores a nos darem a internet sem fio, o bluetooth (que disseram que ia morrer, mas parece que só se finge de morto) dentre outras coisas mais…
    Acho que seria o mesmo dizer dos cartões de memória… Ora, não me venha com essa de que 8G é pouco pra você! Bom, vai chegar um dia que vai ser… ou… já chegou? Lembra dos HDs que tinham 80Mb?!?! E hoje seu HD de 60Gb já está entupido de fotos,mp3 e vídeos DIVx? Bom, o meu já está na bitola, mas isso não vem ao caso.
    Uau… realmente estou ficando velho… mas não a ponto de perder a senilidade e dizer que tudo vai evoluir para sempre termos: Maior performance com maior capacidade, eficiência e conectividade.
    Os palmtops vão morrer? Jamais na vida!Eles vão evoluir sem dúvida. O ulra-mobile PC está aí pra isso.
    Ou você realmente acha que alguém não vai querer ver sua página no orkut, verificar e-mail, navegar na internet, tirar uma foto, ligar para alguém enquanto verifica se o leite da geladeira acabou em casa? ora, faça-me o favor…

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