Office 2.0 é um conceito para resumir uma idéia

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“Imagine um computador que nunca trava ou é infectado por vírus. Imagine um computador no qual você nunca tem que instalar nenhum programa. Imagine um computador que acompanha você onde estiver – na escola, no trabalho, nas viagens, em casa. Este computador não existe hoje, mas existirá no futuro e este futuro pode estar muito mais próximo do que você imagina.”

O texto acima é romântico e utópico, típico de previsões deslumbradas sobre tecnologias do futuro. Mas tem muito de verdade.

Mais um novo conceito? Argh!

Office 2.0 é um novo termo para ser descoberto, entendido, criticado, amadurecido, consolidado e finalmente esquecido – nesta ordem. Por mais ridículo que pareçam os novos conceitos com nomes bonitinhos como web 2.0 (vocês não imaginam o que tive que ouvir até o termo “web 2.0” se consolidar), eles nos ajudam a juntar um monte de informação em um só “pacote”.

Conceitos empacotados em um nome, como esse, nos ajudam a entender tudo que o nome significa e, depois que todo mundo aprende, comunicar um mundo de informações com uma só palavra. É uma daquelas coisas que parece ter vindo pra complicar, mas no final acaba facilitando 😉

Por exemplo, é mais fácil hoje falar que você vai fazer um site web 2.0 do que dizer que vai fazer um site “com abordagem social, aproveitando a inteligência coletiva e a colaboração dos usuários para criar, organizar através de tags e avaliar o conteúdo, bem como divulgá-lo de forma viral e moderá-lo contra possíveis pixações…”. Ufa, ainda bem que lemos tanto sobre web 2.0. Assim só precisamos entender e falar tudo isso uma vez.

O que é office 2.0

O texto no começo da matéria é a utopia que melhor define este sonho, que promete se tornar realidade em breve. Office 2.0 é um conceito filhote da web 2.0, porém com um recorte mais específico, assim como social networks, social news, entre outros conceitos que estão dentro da web 2.0.

Office 2.0 é o nome dado à utilização de uma série de serviços online através de um navegador. Serviços que facilitam a colaboração e a mobilidade através do armazenamento dos dados na web e da utilização de aplicativos que funcionam através da internet, sem a necessidade de instalação na máquina local. Estes programas são focados no usuário e trazem grande inovação e ganho de produtividade.

Ou seja, se a web 2.0 é a plataforma, o office 2.0 são os softwares.

Benefícios do office 2.0

Segundo Ismael Ghalimi, um dos maiores promotores do conceito, há diversos benefícios para a abordagem online em relação ao desktop, motivos suficientes para abandonarmos os programas instalados e migrarmos tudo (ou boa parte) para a web.

Menos aplicativos para gastar nosso dinheiro. A maioria dos softwares que integram o “Pacote Office 2.0” são gratuitos e excelentes. Alguns têm versões pagas (com mensalidades) com muito mais recursos, caso você precise, cujo custo x benefício é melhor que os softwares comprados e instalados.

Capacidade de compartilhar as informações. Tendo tudo online, é fácil compartilhar seus arquivos com qualquer pessoa. Vários usuários podem abrir um arquivo ao mesmo tempo, de qualquer lugar. É tão fácil e produtivo trabalhar em colaboração com aplicativos assim que eu não consigo mais imaginar como eu fazia isso antes.

Mobilidade entre vários computadores. Quando eu visito meus pais, não consigo não dar uma paradinha para trabalhar um pouco. Eu posso ver e responder meus e-mails, checar meus compromissos, escrever um artigo, ver as tarefas dos outros caras da desta.ca, tudo isso da casa da minha mãe, ou seja, de qualquer lugar.

Não há necessidade de backup. Outro dia meu cunhado me perguntava sobre programas para recuperar dados de um HD… Se ele usasse um serviço online como o Flickr ou o Picasa para guardar suas fotos, não teria perdido todas elas. Se todos os seus arquivos são guardados por terceiros, como o Google ou o Box.net, eles dão conta de backups diários e você não precisa se preocupar em perder seus dados. Os mais precavidos podem utilizar duas contas em diferentes serviços, para o caso de um falhar, como por exemplo usar o Gmail e encaminhar automaticamente todos seus e-mails recebidos para uma conta do Yahoo!Mail.

Não há medo de perda ou roubo. Se levarem seu computador, ou se ele quebrar, é só comprar outro e conectar na internet e (neste mundo maravilhoso do office 2.0, que ainda não existe mas logo chegará) todos os seus arquivos estarão lá esperando por você.

Não há preocupação com vírus. Se um vírus, daqueles bem feios, atacar seu computador, é só reinstalar o sistema operacional e nada mais. Além disso, se você tem tudo online, nada te impede de mudar do Windows para o Mac ou Linux, que são menos vulneráveis a este tipo de praga. O servidor é responsável por manter seus arquivos longe dos vírus, ele que se arme até os dentes.

Esqueça os upgrades. Ontem eu tinha uma versão antiga, inferior do Writely. Fui dormir e acordei com o novo Google Docs, assim, num passe de mágica, sem precisar baixar nada, instalar nada. A minha única preocupação é clicar no link “New Features!” e aprender o que há de novo e como usar as novidades.

Para quem serve?

Empresas grandes não devem nem ler este artigo :). Elas precisam de muita segurança, devem proteger muito bem suas informações, não confiam muito em seus empregados. Por outro lado, empresas pequenas, usuários comuns, estudantes e freelancers querem mais mobilidade, colaboração e baixos custos, exatamente o que o office 2.0 vem trazer. Nada impede, porém, que grandes empresas busquem soluções online e que os aplicativos se adaptem a este mercado.

Ao contrário do que possamos pensar de imediato, o office 2.0 não deve acabar com o mercado da Microsoft, ou do software instalado em geral. Grandes empresas continuarão utilizando este tipo de aplicação e este mercado deve continuar crescendo.

Talvez hoje não haja tanta demanda para este tipo de serviço. Mas quando as pessoas finalmente entenderem que podem procurar um aplicativo para ajudar em uma tarefa em um site que lista serviços online em vez de um site de downloads, a coisa mudará de figura.

Regras para o office 2.0

Para um produto se adequar ao conceito office 2.0 há algumas regras. É claro que são sugestões. Um aplicativo pode ser mais office 2.0 ou menos, de acordo com as regras que segue.

Somente o browser. Não é preciso utilizar nenhum programa local além do browser. É claro que há excessões; eu ainda uso o Photoshop, Flash, Dreamweaver e ouço músicas com o itunes. Alguns programas demorarão muito para virem para a web, se vierem um dia.

Nenhum arquivo no computador local. Se o software é online, não faz sentido deixar os arquivos no PC.

Compatibilidade com a maioria dos browsers. Assim é realmente possível acessar seus programas e arquivos de qualquer computador.

Nada de extensões para o browser ou plugins. Se eu preciso instalar coisas para acessar o serviço que quero, já não posso fazê-lo em qualquer lugar.

Colaboração. Como dito acima, a facilidade de compartilhar é o melhor de se ter tudo online.

Distribuição. RSS feeds e REST APIs são o melhor jeito de integrar diversos serviços e informações.

Ajax. Dá para pensar num aplicativo online sem Ajax?

Importar e exportar. Para que seja possível migrar de um serviço para outro, deve ser possível e fácil exportar seus arquivos e importar novamente. Só assim eu pude passar do Netvibes para o Google Reader em minutos.

Os bugs do office 2.0

O office 2.0 não está pronto. Tem muita coisa interessante, mas ainda não “foi lançado”. Ou seja, há uma série de melhorias que muitos sistemas precisam fazer para que um usuário possa migrar confortavelmente dos programas desktop para os aplicativos online.

Alguns exemplos, entre vários:

  • a impossibilidade de copiar e colar de um aplicativo para outro (do Google Spreadsheets para o Docs, por exemplo);
  • não é possível abrir diretamente um arquivo recebido por e-mail sem fazer download e depois upload do arquivo;
  • é preciso manter dezenas de contas, com login e senha de cada uma delas;
  • a interface de um sistema é muito diferente da dos outros, o que reduz produtividade.

E é claro, sem uma boa conexão, o Office 2.0 não serve pra nada. Tanto quanto um computador sem energia elétrica e Office 1.0 (instalado no desktop) não serve pra nada.

Você está pronto para o office 2.0?

Como dissemos, este conceito ainda não é uma realidade plena. Há muitos problemas em ter tudo online. Mas não tenha pressa. Vá testando com calma os serviços online que podem ser úteis pra você e deixe o seu bom senso cuidar das escolhas entre desktop e aplicação online. Assim, logo você entrará neste novo mundo e verá com os próprios olhos seus problemas e benefícios.

Participação: considerando 1.0 alguém que não utiliza nenhum aplicativo online e 2.0 alguém que utiliza absolutamente tudo que hoje é possível usar online, onde você está ? Eu acho que sou algo em torno de 1.8 😉 [Webinsider]

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Gilberto Jr (gilbertojr@gmail.com) tem experiência no mercado digital como designer de produtos, fundador de duas startups, gerente de projetos em agências digitais e gerente de produto no Scup. Agora procura um novo desafio. Veja mais no Linkedin.

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11 respostas

  1. Pingback: Office 2.0 | Jera Software Ágil
  2. os portugueses, como todos os outros povos,foram utilizando o mar de acordo com o conhecimento e imagem que dele iam tendo, mas também na medida em que as sociedades foram evoluindo, consoante as modas, as necessidades e as possibilidades que se lhes foram oferecendo. Desde cedo, muito antes de se aventurarem pelos horizontes atlânticos,na face em que o mar era visto com muita curiosidade, mas também com prudente reserva, já os nossos antepassados retiravam do mar ajguns alimentos, para o que foram inventando arttefactos apropriados.Desde o projecto nacional das Grandes Viagens, que o mar foi prograssivamente perdendo o seu mistério e se tornou numa importante fonte directa e indirecta de criação de riqueza e empregos. Os sistemas de pesca aumentaram, diversificaram-se e tornaram-se mais procurada. Eram muitos os que viviam do comercio ma´rítimo. Os portos e as cidades portuárias desenvolveram-se extraordinariamente, marcando os sistemas de povoamento e a propia estrutura da rede urbanaba; o sentido inicial da projecção da terra para o mar teve, assim, uma espécie de retorno de influência, que a Revolução industrial aproveitou e acentunou.Numa fase mais recente, foi a energia do mar que despertou interesses positivos. Depois das vagas e das marés terem assustado dezenas de gereções de pescadores, marinheiros e populações do litoral, percebeu-se que elas contêm uma energia imensa que se pode aproveitar. Assim foi nos moinhos de mare e assim vai sendo nas centrais de produção de energia eléctrica que utilizam esta força motriz. Em várias regiões do Mundo, vai-se recorrendo também à dessalinização da água do mar, para depois a utilizar em consumos domesticos, industriais e de rega. Nos últimos anos, as actividades de recreio e de lazer ligaas ao mar têm mostrando força suficiente para gerar extraordinárias correntes migratórias, de durações variadas, que são o suporte de um pujante sector economico – o turismo -, associado (…) a espaços e projectos de animação.

  3. Caro Gilberto,

    Muito bacana a sua exposição sobre o tema e seu ponto de vista. Eu ainda acredito que a questão de segurança é um ponto crítico, principalmente para planilhas online. Em relação à experiência do usuário, acho que muito ainda tem para ser melhorado, temos que admitir que usar uma planilha ou um processador de textos no desktop é 1000 vezes melhor do que online.

    Eu vejo a Web 2.0 como uma oportunidade das empresas aproveitarem o amaduracimento das tecnologias e criarem novos modelos de negócios, como é o caso do Senembi (http://australopithecushitech.blogspot.com/2006/10/voc-j-conhece-o-senembi.html).

    Com relação ao Ajax, é evidente que todos os holofotes estão voltados para ele, mas posso afirmar que dá para pensar em aplicativo online sem ele. O conceito de Rich Internet Applications (http://www.adobe.com/resources/business/rich_internet_apps/) foi lançado pela Macromedia (MM) em 2002, quando ela defendia o uso do Flash na camada de apresentação dos sistemas web. A idéia começou a ganhar força aos poucos e em 2004 surgiu a primeira versão do Flex (http://www.adobe.com/products/flex/), um framework para facilitar a criação de interfaces ricas. Agora, nas mãos da Adobe, o Flex está na versão 2.0 e é, na minha opnião, a tecnologia top para a criação de aplicações ricas.

    Apenas para comentar, grandes corporações brasileiras como Odebrecht e Petrobras já usam o Flex. Se vc ainda não teve oportunidade de conhecê-lo posso garantir que vale o click no site da Adobe.

  4. Caro,

    Primeiramente, parabéns pelo artigo. Todavia, discorto totalmente dos tópicos: ?Não há medo de perda ou roubo? e ?Não há preocupação com vírus?.

    Mas, em relação a Brasil, infelizmente isso é uma verdade.

    Novamente, parabéns e gostaria de saber maiores informações sobre as tendências da Microsoft.

    abraços, ike

  5. Discordo dos tópicos Não há medo de perda ou roubo e Não há preocupação com vírus.

    Se algum dia o mundo vir a ser 2.0 e não for mais necessário instalar programas, deve-se lembrar que o navegador é um programa.

    Com um mundo 2.0, o navegador (até mais do que hoje) vai ser o alvo principal de desenvolvedores de vírus, trojans e outros bichinhos demoníacos.

    Acessar um documento no seu HD é relativamente difícil hoje em dia, mas roubar sua senha do Google é incrivelmente mais fácil (lembra do roubo de dezenas de comunidades do Orkut?).

    Se entrar um vírus no seu comptador você poderá reinstalar o sistema sem se preocupar com os documentos que estão online, mas em apenas 1 minuto o vírus pode ter roubado sua senha e roubado todos seus documentos, seu perfil do Orkut, seus e-mails e tudo que você tiver guardado nos servidores do Google.

  6. Interessante esse conseito, e bastante verídica a parte em que se coloca que ainda há muito que melhorar nisso tudo.
    Algo por exemplo, que naturalmente só começa a ser pensado quando já há um maior nível de consolidação de alguma nova tecnologia, e que, pela pouca idade do conseito 2.0, ainda não vi iniciativas no sentido é a preocupação com a acessibilidade de tudo isso a deficientes.
    Falo mais no meu caso, sou deficiente visual e utilizo um excelente leitor de telas que me permite, com as aplicações instaladas, no ambiente Windows, executar plenamente minhas atividades proficionais, sejam de desenvolvimento de software, sejam da simples edição de um documento.
    Outro dia por exemplo aventurei-me com o Google docs and spreadsheets e infelizmente não pude ainda desfrutar confortavelmente das maravilhas que o serviço promete. A interface standard do gmail, só para citar mais um exemplo, também não se relaciona muito bem com leitores de tela no geral.

    Está aí mais um ponto que ainda carece de total amadurecimento, para se pensar.

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