Tempos de crise: design não é perfumaria

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Apesar da evolução da atividade, o estigma de que o design é supérfluo resiste em alguns setores. Nas últimas semanas, as empresas têm anunciado cortes de investimentos, férias coletivas e colocado as barbas de molho. Vendo por esse lado, não é improvável que a pecha de design = perfumaria possa voltar a dominar o discurso empresarial.

Essencial para as empresas, além de sobreviver à crise, é continuar a ter lucro, que é o combustível da economia real. Além disso, em algumas companhias a diferenciação, a busca de alternativas e a criatividade também são consideradas essenciais, mesmo que sejam com volume menor de investimentos. Ou seja, temos que nos encaixar nessa relação de sobrevivência e inovação.

A torneira está fechando mais um pouco e vamos ter que rebolar para nos adaptar a esse cenário (ainda mais) incerto. E é nele que temos que focar nossa atenção para poder traçar alternativas para os clientes. Além de fazer mais com menos, temos que gerar resultados que não despertem dúvidas. Entender o que se passa, como e por que chegamos a esta situação é o mínimo para a sobrevivência. Para além disso, temos que nos tornar essenciais. E para chegar nisso temos que fazer nossa lição de casa e nos livrar do que é supérfluo em nosso discurso e focar onde realmente nosso trabalho é relevante e faz a diferença para nossos clientes.

O design é parte do cenário econômico e cultural de uma sociedade e sua importância não pode ser minimizada por fatores conjunturais. O ciclo mundial de crescimento será interrompido, mas a evolução de mentalidade e gestão que as empresas brasileiras experimentaram serão descartadas?

Imagino que seja tentador para muitas delas, mas é provável que apenas uma pequena parte abandone totalmente práticas que proporcionaram a elas surfar no crescimento econômico mundial (mas seria ótimo que atividades especulativas fossem abandonadas de vez, certo?).

Ficou mais difícil? Um pouco. Mas lembre-se: essencial é investir na relevância de seu trabalho. Do contrário, vira supérfluo. O limão ficou menor, mas ainda dá pra fazer uma limonada. [Webinsider]

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<strong>Fabio Camargo</strong> (fc@rpressdesign.com.br) é designer gráfico, sócio-diretor de criação da <strong><a href="http://www.rpressdesign.com.br" rel="externo">RPress Design</a></strong>.

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3 respostas

  1. Olá;

    sou muito a favor desta teoria, de que Design não é perfumaria. Design é planejamento, viausual, relevancia, estudo, acessibilidade, visuabilidade, praticidade, estratégia e miuto mais!

  2. Ótima reflexão, Fabio!

    Fazer a diferença num mundo com cada vez mais concorrência e oferta era o desafio das empresas… agora virou o de qualquer pessoa em qualquer tarefa!
    Quem pára por alguns instantes fica atrasado! O jeito é correr no seu próprio ritmo e fazer acontecer.

  3. Acredito que este texto poderia ter focado mais nos benefícios do design em tempos difíceis.
    Se há um povo que não consegue viver sem design é o povo Japonês.
    Daria para imaginar toda aquelas pessoas concentradas em poucos pontos do Japão que são possíveis de habitar se não houvesse todo o tipo de design necessário ajustando a suas necessidades às condições locais? O Japão tem um território de 378 mil km2 (se equivale às áreas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina juntas), vivem cerca 130 milhões de pessoas (aprox.70% da população brasileira).
    Em todo lugar vemos desing, seja bem ou mal aplicado. O que precisa ser feito é mostrar a real funcionalidade, valorização e facilidade que pode-se atingir com idéias bem claras quando aplicadas sobre a àrea escolhida.
    Com certeza teremos pessoas mais dispostas à ouvir se demostrarmos de uma forma irrefutável o valor que o design tem em tempos realmente difíceis.

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