The Haunting, lançamento em 4K e Dolby Vision

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Depois de um longo tempo sem uma versão à altura, The Haunting, filme de Jab de Bont, foi agora lançado em UHD (4), com imagem em Dolby Vision, preenchendo assim uma lacuna para os fãs que desejam qualidade de imagem superior.

 

O filme The Haunting (no Brasil, A Casa Amaldiçoada), filme do diretor de fotografia e cineasta holandês Jan de Bont, lançado em 1999 nos cinemas, ganha agora uma nova versão em disco UHD (4K), depois de longo período de tempo disponível somente em DVD.

A minha cópia em disco DVD data de décadas atrás, lançada pela Dreamworks na América. Houve, aparentemente, uma cópia em DVD subsequente, com a introdução de uma trilha sonora em DTS-ES 6.1, mas eu nunca a vi.

Nos cinemas, a trilha sonora foi apresentada em Dolby Digital Surround EX (6.1 matricial), novidade na época. Existem vários filmes em disco com trilha DTS HD MA 6.1 espalhados por aí, baseados no mesmo tipo de trilha. Porque os lançamentos em Blu-Ray 2K e agora 4K não transportaram a trilha 6.1 do cinema eu não entendi, ainda mais agora que os codecs em DTS-X e Dolby Atmos estão prontamente disponíveis.

O filme em disco

The Haunting é baseado em um livro chamado The Haunting of Hill House, já rodado em 1963 com o mesmo título. O filme de 1999 se serve dos recursos técnicos da época, e quem assiste certamente não se surpreende com o fato do diretor ser antes de mais nada, um mestre em fotografia, provavelmente atraído por efeitos especiais.

 

 

Mas o filme de Jan de Bont vai além de efeitos especiais de imagem: o design de áudio, feito pelo competente Gary Rydstrom, oferece um ambiente extraordinário na reprodução do filme. Apesar da transcrição ter sido limitada a DTS HD MA 5.1 no disco UHD, a ambiência pode ser compensada com o ajuste no receiver do upmixing Neural:X, elevando o número de canais ativos.

Além disso, o diretor de fotografia alemão Karl Walter Lindenlaub faz um trabalho primoroso na atmosfera do filme, tirando dele aquele clima surrado e cheio de clichês dos filmes de terror da tela. Ele foi também ajudado por uma equipe de efeitos especiais, capitaneada por Phil Tippett, que lançou mão de animação na interface gráfica (CGI), rotoscope, câmera VistaVision, e vários outros recursos.

Na versão em UHD eu achei o diálogo com um volume um pouco baixo, me obrigando a tocar a trilha mais alto, mas correndo o risco de ouvir com mais ênfase a sonoplastia dos efeitos especiais, o suficiente para acordar toda a vizinhança. Os efeitos de baixa frequência são particulares efetivos no realce da ambiência da cena, talvez os melhores que eu já ouvi.

O roteiro do filme mostra algumas inconsistências, bem como algumas falas de diálogos desnecessárias, mas nada de muito prejudicial ao clima do filme. No que me concerne, não gosto da voz anasalada do ator Owen Wilson, às vezes irritante, e incompreensível para quem pretende ser um bom ator. O seu irmão, também ator, Luke Wilson, não fala nos filmes desta maneira. Fora isso, os atores cumprem o que o roteiro manda muito bem. Cada personagem tem características de personalidade distintas. O roteiro em si é muito mais propenso ao estudo do lado psicológico dos personagens do que o da construção de um filme de terror.

Catherine Zeta-Jones (Jones é um sobrenome típico do País de Gales, onde ela nasceu) interpreta muito bem uma figura narcisa, sexualmente agressiva. embora sutil e discreta, bissexual por opção de vida, etc., enquanto que Lili Taylor, no papel de Eleanor (Nell), encarna a mulher sofrida, introvertida e isolada, vítima das crocodilagens da própria família.

Logo no início do filme, as cenas mostram a irmã e o cunhado tentando explorar Nell, roubando-lhe o direito de permanecer vivendo no apartamento da mãe falecida e tentando convencê-la a morar com ambos na condição de empregada da casa. A crítica da sequência se estende ao chato do filho da irmã, o conhecido pé no saco irritante.

O excelente e versátil Liam Neeson, como o doutor David Marrow, nos mostra um cientista sem escrúpulo de levar adiante um protocolo de pesquisa sem nenhum pingo de ética. O personagem só se mostra arrependido quando tudo começa a dar errado em Hill House.

No seu conjunto, o filme fica distante do filme de horror clássico, e isso lhe dá credibilidade no desenrolar da estória. As bases da construção de roteiro e fotografia de filmes assustadores foram e ainda são tão exploradas, que nada de novo tem sido mostrado há não sei quantos anos. Já se foi o tempo em que a plateia passava mal quando assistia Dracula no cinema. A exaustão deste tipo de filme nas telas levou ao seu desgaste prematuro, e não assusta mais ninguém, pouco importante quantos efeitos sonoplásticos ou visuais sejam usados na construção dos filmes.

A versão em Blu-Ray 4K mostra uma fotografia tratada com Dolby Vision, muito embora de relativa pouca valia diante da imensa quantidade de sequências fotografadas na penumbra. Comparado ao antigo DVD, entretanto, passa batido em qualidade de imagem e contraste, este essencial para as cenas exibidas.

Existe uma versão de The Haunting em Blu-Ray 2K separada, mas este lançamento traz as duas, 4K e 2K, portanto a escolha é simples, a não ser que o colecionador não se interesse por discos 4K. O lançamento não foi feito pela Dreamworks, mas licenciado pelo selo Shout Factory!, que tem uma subsidiária com o nome de Scream Factory!

O lançamento de filmes em disco por selos independentes tem sido constante ao longo desses últimos anos, sem deixar nenhuma alternativa à vista. Nestas circunstâncias o usuário final cruza os dedos para nada dar errado!  [Webinsider]

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Como matar o colecionador de filmes

 

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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