Blu-Ray 4K versus Blu-Ray 2K versus streaming

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Muita gente não percebe, mas a qualidade da imagem em vídeo muda significativamente, de acordo com a mídia em uso. Quem tem uma TV ou monitor de alta performance irá notar rapidamente a diferença, com o Blu-Ray 4K como mídia de referência.

 

Dependendo do display do usuário, fica difícil, às vezes até impossível, ver a diferença na qualidade da imagem do vídeo em exibição, frente à vários tipos de mídia.

No entanto, as diferenças existem, no campo da alta definição, e isso se deve principalmente ao bitrate e ao codec utilizado.

A nossa HDTV começou em alto estilo, no formato 1080i (sinal entrelaçado), depois de anos de pesquisa, aqui no Brasil inclusive em ambiente acadêmico, e com total sucesso. Depois de muita briga e discussão política, o sistema adotado mostrou-se de alta qualidade, restando apenas às emissoras aperfeiçoar os seus equipamentos, o que só foi ocorrer após vários anos. Até 3D se tentou, mas sem sucesso, por desinteresse de quem assistia e da falta de resolução do sinal transmitido.

O estabelecimento do Blu-Ray como mídia de alta definição, no caso 1080p (sinal progressivo) ou ainda 2K, também foi alvo de brigas e polêmicas, com a introdução do HD-DVD e formatos similares, todos eles depois abandonados, com toda justiça!

Assim, o Blu-Ray se tornou a principal referência de sinal de alta definição, mas para tal foi preciso achar a mídia adequada e a velocidade de transmissão de sinal, o chamado bitrate, com o menor nível de compressão possível. A indústria, preocupada com a pirataria de sinal, introduziu o pervertido cabo HDMI, com toda a sorte de problemas, que ainda duram até hoje.

A mídia (disco) para o Blu-Ray atingiu 25 GB de espaço de memória, em camada simples e 50 GB para o disco de dupla camada. O codec per se varia de uma autoração para outra, podendo ser AV1, VC1 ou H.264, por exemplo. O mais importante, neste caso, é o bitrate elevado na transmissão do sinal de vídeo: um DVD poderia atingir cerca de uns 8 Mbps (megabits por segundo), enquanto que um disco Blu-ray atinge mais de 30 Mbps.

No passado, eu já soube de muita gente que achava que um DVD era muito próximo em qualidade de vídeo de um Blu-Ray, mas nenhum desses críticos percebe que a qualidade do sinal de vídeo depende da sua cadeia de transmissão, e, em última análise, do display em uso. Por isso, é perfeitamente possível que o usuário cético não enxergue aperfeiçoamentos no sinal de vídeo, quando este fica nivelado por baixo. Em TVs ou monitores de alta performance, a diferença chega a ser brutal, e quem chega neste nível de apreciação vai ter dificuldades em voltar a assistir filmes em DVD.

O Blu-Ray 4K ou UHD

A Ultra Alta Definição, ou 4K, foi, e ainda é, um enorme avanço, na reprodução de vídeo, com um nível de compressão baixíssimo, em relação ao sinal 4K do sreaming. O Blu-Ray 4K é codificado em uma mídia significativamente maior do que um Blu-Ray convencional, chegando a ter 66 GB aproximadamente de espaço de memória, e com um bitrate que varia entre 80 a mais de 100 Mbps, em mídias podem chegar até 100 GB.

A qualidade de vídeo em um disco 4K depende fundamentalmente do nível de resolução do intermediário digital (DI), quando o filme é transferido da película para vídeo. Com câmeras digitais, a resolução pode ser estabelecida on-line, no momento da captura da imagem.

Em qualquer hipótese, o sinal de vídeo obtido é em formato RAW, isto é, imagem capturada sem alterações do conteúdo, isto é, sem compressão e sem qualquer tipo de tratamento. Este tipo de imagem pode ser feito com uma simples câmera fotográfica, e o processamento posterior da imagem com um programa de aperfeiçoamento de imagem.

No filme em disco, seja película ou digital, transfere-se o conteúdo para o intermediário digital (DI), de acordo com o sinal original. Se o DI for 2K, o sinal 4K para o Blu-Ray 4K é obtido por upscaling. Este processo varia de resultado, podendo chegar a um nível de bom para excelente.

Idealmente, o vídeo em transferência deveria ter um DI de 4K nativos. Ou então de 6K com resolução em downscale para 4K. Isso já foi feito no Blu-Ray convencional e é feito no Blu-Ray 4K rotineiramente.

Uma série de recursos são capazes de tornar o Blu-Ray 4K atraente. Embora a versão em 2K seja capaz de transmitir áudio 3D (Dolby Atmos ou DTS:X), o disco 4K é quase sempre beneficiado com o tratamento da imagem com HDR10 ou Dolby Vision.

Infelizmente, o que nunca é atraente é o preço de venda. E o público brasileiro sofre com a ausência do disco fabricado aqui, obrigando o colecionador a importar o que quiser ou até comprar aqui, mas a preço astronômico. Como a alfândega penaliza quem compra lá fora, a escolha afeta qualquer um, de forma cruel. Idem para os aparelhos de reprodução, caros e sem muitas opções de compra.

O selo Obras Primas foi, até agora, a única exceção em lançamento de um disco 4K. Recentemente, eles lançaram o filme O Vingador do Futuro (Total Recall) em 4K. Dolby Atmos e Dolby Vision. O preço é razoável, diante de um mercado inflacionado. A fonte do filme parece ser a versão do Studio Canal.

A qualidade de imagem que se consegue no streaming é muito boa, nas transmissões em 4K, HDR 10 ou Dolby Vision. Pelo YouTube também se consegue uma boa imagem nessas mesmas condições, embora o som não passe de 2 canais.

Entretanto, até mesmo o Blu-Ray convencional supera tudo isso, áudio e vídeo. Não deixa de ser um conforto psicológico para quem gosta de, ou prefere, colecionar filmes. Eu tenho conversado com muita gente que, diante das opções do streaming, acabou declinando fazer coleções de filmes em disco e/ou usando espaço de casa para arrumar a mídia. Eu creio que a tendência é essa mesma, e assim o colecionador tradicional irá ficando cada vez mais restrito a um nicho. [Webinsider]

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O Blu-Ray UHD 4K parece que faz sucesso… lá fora!

Reprodutor UHD para Blu-Ray 4K cercado de dúvidas e incertezas

O assassinato do áudio de alta resolução

Avatar de Paulo Roberto Elias

Paulo Roberto Elias é professor e pesquisador em ciências da saúde, Mestre em Ciência (M.Sc.) pelo Departamento de Bioquímica, do Instituto de Química da UFRJ, e Ph.D. em Bioquímica, pela Cardiff University, no Reino Unido.

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4 respostas

  1. Olá Paulo Elias, quero lhe chamar a atenção para um tipo de aparelho que você talvez ainda não tenha resenhado, ou se viu, pode ter tido experiência incompleta. Trata-se do Oculus Meta Quest 3. Sempre fui um adorador da TV e comprei uma de 80 polegadas. Mas a experiência com o Quest 3 é impressionante frente a qualquer Tv, quando utilizado para ver filmes 4K. Você é virtualmente transportado para uma sala de cinema como as do passado, gigantes, e ainda pode escolher o tamanho e a distancia da tela. Não uso para jogos. Muitos pensam no Quest como um dispositivo de jogos, o que de fato é, mas para ver filmes funciona muito, muito bem. Isso para não falar dos vídeos em VR180, uma coisa indescritível, tal o realismo. E o YouTube é o melhor app para experimentar esse formato. Aconselho. Lembrando que é o Quest 3. O modelo 2 está obsoleto.

  2. Nos catálogos dos streamings raramente vejo um conteúdo 4k sem ser conteúdo original do próprio streaming.
    A pouco meses estava navegando pela Netflix e decidi assistir “A Chegada”. Logo no início do filme tem muita sombra, e os artefatos da compressão saltaram a vista. Era uma transmissão 1080p, mas estava péssima. Então lembrei que tinha o bluray, haha. Também 1080p, mas a qualidade era muito superior.
    É impressionante como economizam com banda, mesmo com 1080p.

    1. Oi, Gabriel,

      A economia de banda não tem justificativa. Eu noto que alguns serviços, como o Apple TV+ capricham mais, e se capricham é porque podem!

      Agora, este filme que você citou eu vi no cinema, com projeção digital, achei a imagem péssima, com uma escuridão inexplicável. Achei que era a aparelhagem do cinema, mas depois vi que não. De qualquer forma, eu não gostei do filme, achei um tédio, sem graça alguma como ficção. Assim, quando apareceu na TV, eu deixei de lado.

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